quarta-feira, novembro 05, 2008

PSICOPEDAGIA: PRÁTICA ESPECIFICA I: ESTUDOS DE CASOS INSTITUCIONAIS

A Psicopedagogia surgiu com o propósito de ajudar a compreender e tratar pessoas que tem dificuldades de aprendizagem. O Psicopedagogo é o profissional que auxilia na identificação e na resolução de problemas no processo do aprender. Este está capacitado a trabalhar com as mais diversas dificuldades de aprendizagem que determinam o fracasso escolar.
Podem ser muitos os motivos que determinam uma dificuldade em aprender. Estes motivos ou causas podem envolver fatores fisiológicos, fatores psicológicos, mais precisamente de mobilização, condições pedagógicas e principalmente o meio sócio-cultural em que vive a criança.
A prática psicopedagógica é entendida como o conhecimento dos processos de aprendizagem nos seus aspectos cognitivos, emocionais e corporais. Presume também a atuação tanto no processo normal do aprendizado como na percepção de dificuldades (diagnóstico) e na interferência no planejamento das instituições e no trabalho de re-educação (terapia psicopedagógica).
Assim, pode-se afirmar que um profissional da área poderá atuar de forma clínica ou institucional.
Na parte clínica, o psicopedagogo vai diagnosticar, orientar, atender em tratamento e investigar os problemas emergentes nos processos de aprendizagem. Além disso, vai esclarecer os obstáculos que interferem para haver uma boa aprendizagem e irá favorecer, quando necessário, o desenvolvimento de atitudes e processos de aprendizagem adequados.
Para isso, vai realizar o diagnóstico-psicopedagógico, com especial ênfase nas possibilidades e perturbações da aprendizagem; nos esclarecimento e orientação daqueles que o consultam e na orientação de pais e professores.
A psicopedagogia no campo clínico emprega como recurso principal a realização de entrevistas operativas.
Na parte institucional, o psicopedagogo poder atuar em escolas, hospitais e empresas.
Sua função é analisar e assinalar os fatores que favorecem, intervém ou prejudicam uma boa aprendizagem em uma instituição. Com isso, pode propor e auxiliar o desenvolvimento dos projetos favoráveis a mudanças que levem à aprendizagem significativa.
A avaliação psicopedagógica geralmente é indicada pela escola. A indicação também pode ocorrer por encaminhamentos de pediatras, neurologistas, fonoaudiólogos, psicólogos e áreas afins. Em alguns casos, os próprios pais procuram o atendimento psicopedagógico por sentirem-se apreensivos e ansiosos com o desempenho escolar de seu filho.
TRATAMENTO PSICOPEDAGÓGICO
Num tratamento psicopedagógico, encontramos alguns momentos inevitáveis que iniciam antes da recepção do paciente. Começa-se o tratamento a partir do “reconhecimento da falta”, pela família ou pelo professor, ou seja, a apresentação do caso. Este levará a um sintoma a ser analisado juntamente com as entrevistas e testes que, consequentemente, ajudam no diagnóstico e prognóstico do caso.
Segundo Maria Lucia Lemme Weiss, podemos compreender isto pelo seguinte esquema:
QUEIXA DE NÃO-APRENDIZAGEM →→→ SINTOMA

DESVIO

PARÂMETROS
O sintoma está sempre mostrando algo. É o que surge da personalidade em interação com o sistema social em que está inserido o sujeito. Já o desvio, é o problema manifestado pelo sujeito. Este desvio ocorre em relação a alguns parâmetros existentes no meio, como por exemplo: formação cultural, classe sócio-econômica, idade cronológica, exigência familiar, exigência escolar, desenvolvimento biopsicológico considerado normal, etc.
Weiss (1987), mostra-nos que utiliza no início do diagnóstico psicopedagógico a Entrevista Familiar Exploratória – E.F.E.S- que envolve uma entrevista com toda a família incluindo paciente e irmãos.
De acordo com Paín (1992), no tratamento psicopedagógico, busca-se devolver ao sujeito a dimensão de seu poder (poder escrever, poder saber, poder fazer) “para que seu eu acredite em suas potencialidades”. Para a autora, inicia-se o tratamento com uma entrevista feita com ambos os pais e estruturada em torno do motivo da consulta. Desta entrevista deve-se observar o significado do sintoma na família, o significado do sintoma para a família, as expectativas dos pais quanto à intervenção das modalidades comportamentais expressas pelo casal.
Já para Alícia Fernández (1990), há uma técnica diagnóstica a que ela denomina Diagnóstico Interdisciplinar Familiar de Aprendizagem em uma só Jornada – DIFAJ, em que a primeira sessão é feita com toda a família reunida, inclusive os irmãos.
Há também os modelos mostrados por Jorge Visca (1987), que envolvem no início do tratamento psicopedagógico a Entrevista Operatória Centrada na Aprendizagem – E.O.C.A- na qual o sujeito pode construir sua entrevista da maneira mais espontânea possível.
Os modelos citados anteriormente para início do diagnóstico, bem como as seqüências propostas pelos autores, não são fórmulas rígidas, pois podem variar segundo as circunstâncias dos casos estudados. Isto quem definirá será o psicopedagogo que tem o discernimento de aplicar o que achar mais conveniente, além de sessões lúdicas, outros testes diversos, provas operatórias de acordo com Piaget, entrevistas com a equipe da escola e com outros profissionais e análise da produção do sujeito extraconsultório (material escolar, desenhos, construções, produções orais e escritas e etc.)
No caso deste trabalho, onde estamos abordando as dificuldades de aprendizagem de Alberto, foram realizados as seguintes etapas que serão posteriormente descritas:
* Queixa de não-aprendizagem = o aluno não conseguiu ainda chegar à alfabetização;
* Entrevista com os pais estruturados em torno do motivo da consulta e anamnese;
* Entrevista com professores;
* Entrevista Operatória Centrada na Aprendizagem (E.O.C.A.), com o menino e hora do jogo 1;
*Hora do jogo 2 e teste do Par Educativo;
*Hora do jogo 3 e observações de produções extras.

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